segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Actualidade: Brasil deixa de ser um ''país low cost''

Praia de Copacana - Rio de Janeiro - Brasil


O diagnóstico feito ao "Estado" é de um dos maiores chefes de cozinha do mundo, o francês Alain Ducasse: em se tratando de culinária, "o Brasil não é mais um país low cost (custo baixo)". A constatação do chef é a mesma de quem, como Ducasse, circula entre Brasil e França: jantar em um restaurante de Paris pode reservar uma surpresa positiva para quem está acostumado a pagar alto em restaurantes de São Paulo ou Rio.


Ao contrário do Brasil, que registrou 10,62% de inflação em 2010 no setor gastronômico, os restaurantes da terra do boeuf bourguignon, do pot-au-feu, do cassoulet, da tartiflette e do entrecôte com fritas tiveram aumento médio de 1,3% em 2010. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, de Paris, o índice é inferior à média da inflação na França, que chegou a 1,8%.

Mais do que isso: o setor gastronômico é um dos melhores alunos da economia francesa. Em 2010, cerca de 29 mil empregos teriam sido criados, grande parte em função da baixa da TVA, o equivalente ao imposto brasileiro ICMS - uma medida possível graças à renúncia fiscal de ? 3,2 bilhões pelo Estado.

O resultado prático pode agradar um habitué dos restaurantes brasileiros: comer em Paris não é tão caro assim para quem compara. Em um restaurante popular e tradicionalíssimo de Paris, o Chartier, em Faubourg-Montmartre, o prato principal de entrecôte grelhado "Maitre d"Hotel" custa ? 12,40 - cerca de R$ 28. No Chez Clement, uma rede de restaurantes de culinária típica, a "fórmula" entrada (ou sobremesa), mais prato principal e mais bebida sai por ? 14,90, ou R$ 33,50.

Exigentes. Para os mais exigentes, o Fouquet"s, o restaurante preferido do presidente Nicolas Sarkozy, situado na Avenida de Champs Elysée, também não assusta. Por entrada (ou sobremesa), prato principal, meia garrafa de vinho nacional, água mineral e café, o cliente paga a partir de ? 59, ou R$ 133.

Alain Ducasse, chef que tem duas escolas de culinária no Brasil e que planeja abrir seu primeiro restaurante no Rio de Janeiro ou em São Paulo em médio prazo, também dá o exemplo. Em um de seus restaurantes mais descolados na capital francesa, o Spoon, a degustação pode custar a partir de ? 75.

Um menu completo de almoço com entrada, prato principal e sobremesa, seguido de duas horas de tratamento no Espace Payot, um spa com piscina, jacuzzi, sauna e fitness, com direito a coquetel de frutas grátis, custa ? 125 - ou R$ 280.

Para quem acha caro, Ducasse dá a dica: "Eu diria que em Paris é possível comer realmente bem, em restaurantes de boa qualidade, a partir de ? 25 (R$ 56)."

Fonte O Estado de S.Paulo por Andrei Netto

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